quinta-feira, 15 de julho de 2010

... a fé não costuma faiá ...

Sempre fui um cara preocupado com o futuro, com meu crescimento profissional e material, não pelo status mas pela segurança de ter uma velhice tranquila com dinheiro para comprar minhas fraldas geriátricas e viajar com a família.

Porém, vivenciei uma crise que mudou bastante minha maneira de enxergar as coisas. Havia reformado minha casa e ainda via pela frente uns 2 anos de sufoco financeiro, pensava e repensava maneiras de ganhar mais grana para quitar logo aquelas dívidas infindáveis. Era um martírio para mim acostumado a poupar e comprar à vista, até a casa comprei à vista, mas com a reforma, me lasquei !

Na empresa em que trabalhava na época, a situação era de mal a pior. Lembro que ainda no fim de 2008, começo da crise financeira, mandei um email para o Claudio, meu chefe, com o título "rendimentos 2009", hahaha. Ele me ligou minutos depois, dizendo que em Janeiro teria uma reunião com o sócio para saber quem iria continuar na empresa !!!   Bom, o aumento não veio, a crise piorou, a empresa foi vendida e eu fui para casa em Agosto de 2009.

Com o dinheiro da rescisão paguei a maioria das dívidas e o seguro desemprego iria me manter vivo por 5 meses. Foi uma fase extraordinária de aprendizagem que me libertou de alguns apegos que eu tinha. O principal foi o sentimento de insegurança em relação a falta de reservas materiais que começava a experimentar e que naturalmente abandonei na mesma medida em que alimentava minha fé em Deus e nos propósitos que me trouzeram a este corpo durante esta passagem pelo planeta. A reflexão que melhor assimilei foi perceber que por mais que procurasse o conforto material ele dependia relativamente pouco do meu esforço e iniciativa bem ao contrário do meu conforto espiritual que percebia que dependia e depende exclusivamente no meu esforço diário. Esforço em fazer o bem, esforço em amar. E como é difícil ... Não me refiro ao amor repleto de apego que se desprende facilmente dos lábios dos apaixonados mas sim do amor como Sócrates definia de maneira tão bela:

"... O amor está por toda parte na Natureza, que nos convida ao exercício da nossa inteligência; até no movimento dos astros o encontramos. É o amor que orna a Natureza de seus ricos tapetes; ele se enfeita e fixa morada onde se lhe deparem flores e perfumes. É ainda o amor que dá paz aos homens, calma ao mar, silêncio aos ventos e sono a dor." ( Evangelho Segundo Espiritismo)

Hoje não sou mais um cara preocupado com o futuro. Vivo de maneira mais simples, mais leve, livre de  apegos e cheio de fé, faithful ...


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